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Indice

Introdução à Teontologia 

Definição e Escopo da Teontologia 

A Teontologia é a parte da Teologia Sistemática que trata da doutrina de Deus, explorando Sua existência, atributos, natureza, obras e relacionamento com a criação. O termo deriva do grego: 

  • Theos (Θεός) – “Deus”; 
  • Ontos (ὄντος) – “ser, existência”. 

Assim, Teontologia significa literalmente “o estudo do Ser de Deus”. Diferente de disciplinas como Cristologia (doutrina de Cristo) ou Pneumatologia (doutrina do Espírito Santo), a Teontologia trata do próprio Deus em Sua essência e atributos

A Bíblia enfatiza a necessidade de conhecer a Deus como fundamento da fé: 

“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Oséas 6 verso 3). 
“Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que Eu sou o Senhor” (Jeremias 9 versos 23 e 24). 

A Teontologia responde questões fundamentais como: 

  1. Quem é Deus? 
  1. Como Ele se revela à humanidade? 
  1. Quais são os atributos divinos? 
  1. Como podemos nos relacionar com Deus? 

A Importância do Estudo da Teontologia 

Na tradição reformada, a Teontologia não é apenas um estudo teórico, mas também prático. Ela influencia diretamente a maneira como os crentes vivem sua fé, entendem a salvação e se relacionam com Deus e com o próximo. O estudo sobre Deus não é apenas acadêmico, mas existencial e transformador. Jesus afirmou: 

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17 verso 3). 

A Teontologia tem implicações profundas: 

1. Impacto na Fé e na Adoração 

O conhecimento de Deus impacta diretamente como O adoramos. O Salmo 95 versos 6 e 7 nos convida à adoração baseada na revelação de Deus: 

“Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Porque Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão.” 

2. Influência na Moral e na Ética 

A compreensão de quem Deus é define o comportamento humano. Pedro nos exorta: 

“Sede santos, porque Eu sou santo” (1ª Pedro 1 verso16; conforme Levitico 19 verso 2). 

Se Deus é justo, santo e verdadeiro, Seus filhos devem refletir essas qualidades

3. Defesa da Fé (Apologética) 

O estudo da Teontologia fortalece a apologética cristã, preparando os crentes para responderem objeções filosóficas e heresias. Como Pedro ordena: 

“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” (1ª Pedro 3 verso 15). 

A Relação da Teontologia com Outras Áreas da Teologia 

A Teontologia não é um estudo isolado; ela fundamenta todas as demais disciplinas teológicas: 

  • Teologia Bíblica: A revelação progressiva de Deus ao longo das Escrituras. 
  • Cristologia: A segunda Pessoa da Trindade e Sua encarnação. 

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.  

Ele estava no princípio com Deus.  

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” 

(Evangelho de João 1:1 a 7). 

  • Pneumatologia: A terceira Pessoa da Trindade e Sua obra. 

“O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1 verso 2) – a atuação do Espírito Santo desde a criação. 

“Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4 verso 6) – Deus age no mundo por meio do Espírito. 

  • Soteriologia: A relação de Deus com a salvação da humanidade. 
  • Escatologia: O cumprimento final do plano divino na história. 

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim” (Apocalipse 22 verso 13). 

A Teontologia é essencial para uma fé cristã robusta, fundamentada e transformadora. Sem um correto conhecimento de Deus, corremos o risco de idolatras falsas concepções e criar um “deus à nossa imagem”, ao invés de nos submetermos à revelação do Deus vivo. 

O Senhor nos chama ao conhecimento verdadeiro dEle: 

“Porque Eu sou Deus, e não há outro; Eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim” (Isaías 46 verso 9). 

Os Nomes de Deus 

Significado e Importância dos Nomes de Deus nas Escrituras 

Na cultura bíblica, os nomes não eram apenas rótulos ou designações arbitrárias, mas carregavam significados profundos. O nome representava a identidade, o caráter e a missão de uma pessoa. Quando falamos dos nomes de Deus, estamos lidando com a forma como Ele se revela à humanidade

A Bíblia mostra que Deus Se revela por meio de Seus nomes, cada um expressando diferentes aspectos de Sua natureza e atributos

“Porque o meu nome será grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos” (Malaquias 1 verso 11). 

“Eu te invoquei pelo teu nome; tu és meu” (Isaías 43 verso 1b). 

O estudo dos nomes de Deus é essencial para: 

  1. Aprofundar o conhecimento sobre Sua natureza (Salmos 9 verso 10). 
  1. Fortalecer a fé e a confiança no caráter de Deus (Provérbios 18 verso 10). 
  1. Aprimorar a adoração (Salmos 113 versos 1 a 3). 

O Nome de Deus e Sua Autoridade 

Na cultura hebraica, o nome estava diretamente ligado à autoridade. Invocar o nome de Deus significava reconhecer Sua soberania e Seu senhorio sobre todas as coisas. 

“Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Êxodo 20 verso 7). 

Isso mostra que os nomes de Deus devem ser tratados com reverência e santidade

Nomes Específicos de Deus e Suas Implicações Teológicas 

Deus Se revelou na Escritura por diferentes nomes, cada um destacando aspectos específicos de Seu caráter e de Sua relação com a criação. Vamos analisar os principais: 

1. YHWH (יהוה) – O SENHOR (Jeová) 

  • Significado: O nome divino mais sagrado, geralmente traduzido como “SENHOR” (com letras maiúsculas). 
  • Base bíblica: 

“Eu sou o que sou” (Êxodo 3 verso 14). 
“Eu sou o Senhor; este é o meu nome” (Isaías 42 verso 8). 

  • Implicação teológica: Revela a eternidade, autoexistência e imutabilidade de Deus. Ele não depende de ninguém para existir. 

2. Elohim (אֱלֹהִים) – Deus Todo-Poderoso 

  • Significado: Um nome plural que enfatiza o poder e majestade de Deus. 
  • Base bíblica: 

“No princípio criou Deus (Elohim) os céus e a terra” (Gênesis 1 verso 1). 
“Sabeis, pois, que o Senhor é Deus (Elohim); Ele é quem nos fez” (Salmos 100 verso 3). 

  • Implicação teológica: Mostra que Deus é o Criador Supremo e Governante absoluto sobre todas as coisas. 

3. Adonai (אֲדֹנָי) – Senhor, Mestre 

  • Significado: Denota soberania e autoridade sobre toda a criação. 
  • Base bíblica: 

“Ai de mim! Estou perdido! Porque sou um homem de lábios impuros… e os meus olhos viram o Rei, o Senhor (Adonai) dos Exércitos” (Isaías 6 verso 5). 

  • Implicação teológica: Deus é Senhor absoluto, digno de obediência e submissão

4. El Shaddai (אֵל שַׁדַּי) – Deus Todo-Suficiente 

  • Significado: Aponta para a onipotência e suficiência de Deus
  • Base bíblica: 

“Quando Abrão estava com noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso (El Shaddai); anda na minha presença e sê perfeito” (Gênesis 17 verso 1). 

  • Implicação teológica: Deus sustenta, provê e protege Seu povo. 

5. El Elyon (אֵל עֶלְיוֹן) – Deus Altíssimo 

  • Significado: Indica a suprema soberania de Deus
  • Base bíblica: 

“Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo (El Elyon), abençoou a Abrão” (Gênesis 14 verso 19). 

  • Implicação teológica: Deus é o governante supremo sobre céus e terra. 

6. El Olam (אֵל עוֹלָם) – Deus Eterno 

  • Significado: Enfatiza a eternidade de Deus, sem começo nem fim. 
  • Base bíblica: 

“Desde a eternidade até a eternidade, tu és Deus” (Salmos 90 verso 2). 

  • Implicação teológica: Deus é imutável e eterno, sendo refúgio seguro para Seu povo. 

7. YHWH-Jiré (יהוה יִרְאֶה) – O Senhor Proverá 

  • Significado: Deus é aquele que supre todas as necessidades
  • Base bíblica: 

“Abraão chamou aquele lugar: O Senhor proverá (YHWH-Jiré)” (Gênesis 22 verso 14). 

  • Implicação teológica: Deus é a fonte de toda provisão para Seus filhos. 

8. YHWH-Rafá (יהוה רָפָא) – O Senhor que Cura 

  • Significado: Deus é aquele que cura doenças físicas e espirituais
  • Base bíblica: 

“Eu sou o Senhor que te sara” (Êxodo 15 verso 26). 

  • Implicação teológica: Deus traz cura e restauração ao Seu povo. 

9. YHWH-Shalom (יהוה שָׁלוֹם) – O Senhor é Paz 

  • Significado: Deus é a fonte da verdadeira paz
  • Base bíblica: 

“Então Gideão edificou ali um altar ao Senhor e lhe chamou: O Senhor é Paz (YHWH-Shalom)” (Juízes 6 verso 24). 

  • Implicação teológica: Deus oferece paz verdadeira, que excede todo entendimento (Fp 4:7). 

A Revelação do Caráter de Deus Através de Seus Nomes 

Cada um desses nomes revela aspectos do caráter de Deus, permitindo que os crentes: 

  1. O conheçam melhor e confiem mais nEle. 
  1. Adorem com mais profundidade, entendendo Seu poder e fidelidade. 
  1. Vivam com mais segurança, sabendo que Ele governa, provê e protege. 

“Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Romanos 10 verso 13). 

Os nomes de Deus não são apenas títulos, mas expressões de Sua identidade e relacionamento com a humanidade. Cada nome revela um aspecto único do Seu caráter, convidando-nos a confiar, adorar e nos submeter a Ele. 

A Natureza de Deus 

A Essência de Deus: Sua Singularidade e Unidade 

A Singularidade de Deus 

A Bíblia revela que Deus é único e incomparável. Ele não pode ser equiparado a nada nem a ninguém: 

“Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus.” (Isaías 45 verso 5) 

A singularidade de Deus significa que Ele: 

  • Não tem igual – Nada pode se comparar a Ele (Salmos 86 verso 8). 
  • Não tem origem – Ele é eterno e autoexistente (Êxodo 3 verso 14). 
  • Não pode ser substituído – Todos os outros “deuses” são falsos (Deuteronômio 32 verso 39). 

Isso tem implicações práticas: 

  • Nenhuma idolatria pode ser justificada (Êxodo 20 versos 3 a 5). 
  • A adoração deve ser exclusiva a Ele (Mateus 4 verso 10). 

A Unidade de Deus 

A unidade de Deus significa que Ele não é composto de partes e que há somente um Deus verdadeiro: 

“Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor.” (Deuteronômio 6 verso 4) 

Essa doutrina se mantém mesmo na revelação do Deus Triúno (ver estudo sobre a Trindade). Deus é um em essência e três em pessoas

A Incompreensibilidade e a Cognoscibilidade de Deus 

A Incompreensibilidade de Deus 

Deus é infinito, enquanto nós somos limitados. Isso significa que nunca poderemos compreendê-Lo completamente

“Grande é o Senhor e mui digno de louvor, e a sua grandeza é insondável.” (Salmos 145 verso 3) 

“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Romanos 11 verso 33) 

Por mais que estudemos, sempre haverá mais para aprender sobre Deus. Isso deve nos levar à humildade. 

A Cognoscibilidade de Deus 

Embora Deus seja insondável, Ele Se revelou a nós. Podemos conhecê-Lo porque Ele: 

  1. Se revelou na criação – (Salmos 19 verso 1; Romanos 1 verso 20). 
  1. Se revelou na Palavra – (2ª Timóteo 3 versos 16 e 17). 
  1. Se revelou em Jesus Cristo – (evangelho de João 1 verso 18 e Hebreus 1 versos 1 a 3). 

Nossa limitação humana não nos impede de conhecê-Lo de forma verdadeira, ainda que não de forma exaustiva

Deus como Ser Pessoal e Espiritual 

Deus é Espírito 

Diferente dos ídolos, que são materiais e limitados, Deus é espírito

“Deus é espírito, e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4 verso 24) 

Isso significa que Deus não tem forma física e não pode ser representado por imagens. 

Implicações práticas: 

  • Não devemos tentar representá-Lo em imagens (Êxodo 20 verso 4). 
  • Deus está presente em todos os lugares (Jeremias 23 versos 23 e 24). 

Deus é Pessoal 

Deus não é apenas uma “força”, mas um Ser pessoal, com intelecto, emoções e vontade: 

  • Ele pensa e conhece:  

“Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; o seu entendimento é infinito.” (Salmos 147 verso 5) 

  • Ele sente e se relaciona:  

“O Senhor se agrada dos que o temem.” (Salmos 147 verso 11) 

  • Ele age com propósito:  

“O Senhor faz tudo conforme a sua vontade.” (Salmos 115 verso 3) 

Isso significa que podemos nos relacionar com Ele. Ele não é um ser distante, mas um Pai amoroso e acessível (Mateus 6 verso 9). 

A natureza de Deus é fundamental para a fé cristã. Aprendemos que Ele é: 

  1. Único e incomparável – não há outro como Ele. 
  1. Insondável, mas acessível – nunca O conheceremos completamente, mas podemos conhecê-Lo verdadeiramente. 
  1. Espírito e pessoal – Ele não é físico, mas se relaciona conosco. 

Isso nos leva à adoração reverente e à busca por um relacionamento profundo com Ele

“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor.” (Oséas 6 verso 3) 

A Trindade 

A doutrina da Trindade é central na teologia reformada. Deus é um em essência, mas existe eternamente em três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Cada Pessoa é plenamente Deus, e juntas, elas revelam a plenitude do ser divino, uma única essência. 

“Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mateus 28 verso 19) 

A Trindade não significa que existam três deuses (triteísmo), nem que Deus se manifeste em três formas diferentes (modalismo). Pelo contrário, ensina que: 

  1. Deus é um em essência (Deuteronômio 6 verso 4). 
  1. Existem três Pessoas divinas distintas (João 1 verso 1 e 14; 2ª Corintios 13 verso 13). 
  1. Cada Pessoa é plenamente Deus (Colossenses 2 verso 9 e Atos dos apóstolos 5 versos 3 e 4). 

Evidências Bíblicas de Deus Pai na Trindade 

O Pai é frequentemente identificado como a primeira Pessoa da Trindade. Ele é: 

  • O Criador (Gênesis 1 verso 1). 
  • Aquele que enviou o Filho (João 3 verso 16). 
  • A fonte de toda autoridade (Efésios 1 versos 3 a 6). 

“Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mateus 6 versos 9). 

A Relação entre as Pessoas da Trindade 

A relação entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo é marcada por unidade e distinção

  1. O Pai envia o Filho – “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho” (Gálatas 4 verso 4). 
  1. O Filho faz a vontade do Pai – “Eu e o Pai somos um” (João 10 verso 30). 
  1. O Espírito procede do Pai e do Filho – “Quando vier o Consolador, que Eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.” (João 15 verso 26). 

Apesar de distintos, as três Pessoas compartilham a mesma essência e atuam de forma harmônica em todas as obras divinas. A Trindade é um mistério revelado na Escritura e essencial para a fé cristã. Deus é: 

  • Um em essência, mas três em Pessoas
  • Pai, Filho e Espírito Santo operam juntos na criação, na redenção e na santificação

Esta doutrina não é apenas um conceito teológico, mas fundamental para a nossa adoração, oração e relacionamento com Deus

Atributos de Deus 

Os atributos de Deus são as qualidades ou perfeições que descrevem Sua natureza e caráter. Eles não são características separadas, mas aspectos inseparáveis do Ser de Deus

“Porque eu sou o Senhor, e não mudo” (Malaquias 3 verso 6). 

Os atributos de Deus são divididos em duas categorias principais

  1. Atributos incomunicáveis – pertencem somente a Deus e não podem ser compartilhados com Suas criaturas. 
  1. Atributos comunicáveis – Deus os compartilha, de certa forma, com os seres humanos. 

Atributos Incomunicáveis 

Imutabilidade (Deus não muda) 

  • Deus é sempre o mesmo em Seu ser, caráter e propósitos. 
  • Base bíblica: 

“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” (Tiago 1 verso 17). 

  • Implicação teológica: 
  • Podemos confiar nas promessas de Deus, pois Ele não muda (Números 23 verso 19). 

Eternidade (Deus não tem começo nem fim) 

  • Deus existe fora do tempo e não está sujeito a ele. 
  • Base bíblica: 

“Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.” (Salmos 90 verso 2). 

  • Implicação teológica: 
  • Deus vê o passado, presente e futuro como um eterno “agora” (Isaías 46 versos 9 e 10). 

Onipresença (Deus está em todos os lugares ao mesmo tempo) 

  • Não significa que Ele é “tudo” (panteísmo), mas que Ele está presente em toda parte. 
  • Base bíblica: 

“Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença?” (Salmos 139 verso 7). 

  • Implicação teológica: 
  • Nenhum pecado ou sofrimento passa despercebido por Deus (Provérbios 15 verso 3). 

Onisciência (Deus conhece todas as coisas, passadas, presentes e futuras) 

  • Ele conhece tudo de forma plena e instantânea. 
  • Base bíblica: 

“E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.” (Hebreus 4 verso 13). 

  • Implicação teológica: 
  • Podemos confiar em Deus porque Ele sabe o que é melhor para nós (Romanos 8 verso 28). 

Onipotência (Deus tem todo o poder) 

  • Nada pode impedir os planos de Deus. 
  • Base bíblica: 

“Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.” (Jó 42 verso 2). 

  • Implicação teológica: 
  • Devemos confiar na soberania e poder de Deus sobre todas as circunstâncias (Efésios 3 verso 20). 

Atributos Comunicáveis 

  1. Amor (Deus é amoroso em essência e ação) 
  • O amor de Deus é perfeito, eterno e incondicional. 
  • Base bíblica: 

“Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” (primeira epistola de João 4 verso 8). 

  • Implicação teológica: 
  • Devemos amar a Deus e ao próximo como resposta ao Seu amor (Mateus 22 versos 37 a 39). 
  1. Justiça (Deus age com retidão e julga com equidade) 
  • Deus não pode ser injusto. 
  • Base bíblica: 

“O Senhor é justo em todos os seus caminhos e santo em todas as suas obras.” (Salmos 145 verso 17). 

  • Implicação teológica: 
  • Todos os pecados serão julgados por Deus, seja na cruz de Cristo ou no juízo final (Romanos 2 verso 6 a 8). 
  1. Misericórdia (Deus é compassivo para com os pecadores) 
  • Ele não nos trata conforme nossos pecados merecem. 
  • Base bíblica: 

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim.” (Lamentações de Jeremias 3 verso 22). 

  • Implicação teológica: 
  • Podemos confiar que Deus perdoa os que se arrependem (Salmos 103 versos 8 a 10). 
  1. Graça (Deus concede favor imerecido) 
  • A graça de Deus nos salva e nos sustenta. 
  • Base bíblica: 

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus.” (Efésios 2 verso 8). 

  • Implicação teológica: 
  • Nossa salvação é um dom de Deus, não baseado em méritos humanos (Romanos 11 verso 6). 
  1. Verdade (Deus é a própria verdade e sempre age com fidelidade) 
  • Deus nunca mente e Sua Palavra é totalmente confiável. 
  • Base bíblica: 

“Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” (João 17 verso 17). 

  • Implicação teológica: 
  • Podemos confiar em todas as promessas de Deus (Números 23 verso 19). 
  1. Fidelidade (Deus cumpre todas as Suas promessas) 
  • O caráter de Deus é inabalável. 
  • Base bíblica: 

“Se somos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (Segunda carta a Timóteo 2 verso13). 

  • Implicação teológica: 
  • Deus nunca falha em cumprir Sua Palavra (Hebreus 10  verso 23). 
  1. Santidade (Deus é absolutamente puro e separado do pecado) 
  • Sua santidade exige que Seus filhos também sejam santos. 
  • Base bíblica: 

“Sede santos, porque eu sou santo.” (Primeira carta de Pedro 1 verso 16). 

  • Implicação teológica: 
  • Nossa vida deve refletir o caráter santo de Deus (Hebreus 12 verso 14). 

A Relação entre os Atributos de Deus 

Os atributos de Deus não são independentes uns dos outros. Por exemplo: 

  • Deus é amoroso, mas também justo – Seu amor não ignora o pecado. 
  • Deus é misericordioso, mas também santo – Ele perdoa, mas exige arrependimento. 
  • Deus é imutável, mas também pessoal – Ele não muda, mas se relaciona conosco. 

Todos os atributos operam juntos, sem contradição. Os atributos de Deus revelam quem Ele é e como Ele age. Eles nos ensinam que: 

  1. Deus é todo-poderoso, eterno e onisciente
  1. Deus é amoroso, justo, santo e misericordioso
  1. Devemos adorá-Lo e confiar nEle em todas as circunstâncias

“Exaltai ao Senhor nosso Deus e adorai-o no seu santo monte, porque o Senhor nosso Deus é santo.” (Salmos 99 verso 9). 

O Decreto Eterno de Deus 

Os decretos de Deus referem-se ao propósito eterno e soberano pelo qual Ele ordenou tudo o que acontecerá na criação. Eles não são determinados pelo tempo, mas foram estabelecidos antes da fundação do mundo

“O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.” (Isaías 14 verso 24) 

Esses decretos abrangem desde a criação até a redenção, incluindo a eleição, a predestinação e a providência divina

A Soberania de Deus em Seus Decretos 

Deus governa todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade. Ele não consulta ninguém nem é influenciado por fatores externos. 

“O nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe agrada.” (Salmos 115 verso 3) 

Seus decretos são: 

  • Eternos – feitos antes do tempo (Efésios 1 verso 4). 
  • Imutáveis – nada pode alterá-los (Malaquias 3 verso 6). 
  • Abrangentes – incluem todas as coisas (Efésios 1 verso 11). 

Isso significa que nada acontece por acaso. Tudo está sob o controle do Senhor. 

Predestinação e Eleição 

Predestinação 

A predestinação é o plano soberano de Deus para garantir o cumprimento de Seus propósitos. 

“Porque aos que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho.” (Romanos 8:29) 

  • Os eleitos são predestinados à salvação (Efésios 1 verso 5). 
  • Deus predestina os eventos da história (Atos 4 versos 27 e 28). 

Eleição 

A eleição refere-se ao ato de Deus escolher, antes da fundação do mundo, aqueles que seriam salvos. 

“Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” (Mateus 22 verso 14) 

  • A eleição é um ato de graça, não baseado em méritos humanos (Segunda carta a Timóteo 1 verso 9). 
  • Ela resulta na segurança da salvação dos crentes (João 6 versos 37 a 39). 

A Relação entre o Decreto de Deus e a Liberdade Humana 

Se Deus decretou todas as coisas, os seres humanos ainda têm livre-arbítrio? 

Vamos aprofundar essa questão e esclarecer o que, de fato, significa o chamado “livre-arbítrio” à luz da teologia bíblica. 

O Livre-Arbítrio e a Livre Gerência das Ações Humanas 

O conceito popular de livre-arbítrio muitas vezes é compreendido como a capacidade absoluta do homem de escolher o bem ou o mal de forma independente. No entanto, teologicamente, essa ideia não se sustenta diante das Escrituras. 

A Bíblia ensina que, antes da Queda, Adão e Eva tinham a liberdade de escolher obedecer ou desobedecer a Deus. No entanto, após o pecado, a natureza humana foi corrompida, tornando o homem incapaz de escolher o bem espiritual por si mesmo

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Romanos 5 verso 12) 

Dessa forma, após a Queda, o homem não possui livre-arbítrio pleno no que se refere à sua relação com Deus, mas sim uma livre-gerência das suas ações dentro dos limites da soberania divina

“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor.” (Provérbios 16 verso 1) 

A Depravação Total e a Necessidade da Graça 

A Bíblia ensina claramente que o homem, por causa do pecado, não pode escolher a Deus por si mesmo

“Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.” (Romanos 3 verso 11) 

Essa condição do homem após a Queda é conhecida como depravação total, ou seja, a inclinação natural do ser humano é sempre contra Deus. Se dependesse do homem, nenhum ser humano se voltaria para Deus por vontade própria

Por isso, Deus providenciou um escape – um meio pelo qual os escolhidos são trazidos a Ele. Isso é evidenciado em Gênesis 3 verso 21, quando Deus faz vestes para Adão e Eva, apontando para o sacrifício necessário para cobrir a culpa do pecado. 

“Fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.” (Gênesis 3 verso 21) 

Desde esse momento, vemos a figura do sacrifício pelo pecado se tornando central na revelação bíblica, algo reforçado em Gênesis 4 verso 4, quando Abel oferece um sacrifício que agrada a Deus. 

“E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta.” (Gênesis 4 verso 4) 

Isso demonstra que o relacionamento do homem com Deus não depende de sua capacidade de escolha, mas sim da ação soberana de Deus em prover um meio de redenção

A Soberania de Deus sobre a Salvação e os Decretos Eternos 

A soberania de Deus em relação à salvação humana é abordada de maneira profunda em Romanos 9. Ali, Paulo afirma que Deus faz vasos para a ira e vasos para a misericórdia, ou seja, Ele determina o destino de cada indivíduo de acordo com Sua vontade. 

“Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.” (Romanos 9 verso 18) 

Isso significa que a decisão final sobre quem será salvo pertence exclusivamente a Deus, e não ao homem. 

A Predestinação e o Decreto Soberano de Deus 

A Bíblia ensina que Deus predestinou todas as coisas, inclusive a morte de Cristo. Atos 2 verso 23 deixa claro que a crucificação de Jesus foi determinada por Deus antes da fundação do mundo

“A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de iníquos.” (Atos 2 verso 23) 

O fato de Deus permitir que os homens agissem conforme seus próprios desejos não significa que Ele tenha perdido o controle. Pelo contrário, era da Sua vontade que tudo acontecesse dessa forma

“O Senhor fez todas as coisas para os seus próprios fins, até o ímpio para o dia do mal.” (Provérbios 16 verso 4) 

O Homem Considera seus Caminhos, mas Deus Determina seu Fim 

Provérbios 16 verso 9 nos ensina que, embora o homem faça planos, é Deus quem estabelece o destino final

“O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.” (Provérbios 16 verso 9) 

Isso confirma que nossas escolhas e decisões estão dentro do plano soberano de Deus

Daniel 4 verso 35 reforça essa ideia ao mostrar que Deus governa todas as coisas sem interferência da vontade humana

“E todos os moradores da terra são reputados em nada; e, segundo a sua vontade, Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” (Daniel 4 verso 35) 

Deus nos faz querer e efetuar 

Filipenses 2 verso 13 deixa claro que até mesmo o desejo de buscar a Deus é obra dEle em nós

“Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2 verso 13) 

Isso significa que qualquer resposta positiva à graça de Deus não vem da vontade do homem, mas da ação do próprio Deus

O Homem só será completamente livre no Estado Glorificado 

O apóstolo Paulo enfatiza em Primeira carta aos Coríntios 15 versos 51 a 58 que nós só seremos plenamente livres do pecado quando formos transformados na ressurreição. Enquanto estamos na carne, continuamos a lutar contra o pecado. 

“O corpo corruptível tem de revestir-se de incorruptibilidade, e o corpo mortal de imortalidade.” (primeira carta aos Coríntios 15 verso 53) 

Essa luta é descrita em Romanos 7 verso 19, onde Paulo expressa sua dificuldade em fazer o bem: 

“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço.” (Romanos 7 verso 19) 

Isso confirma que, enquanto estivermos na carne, não temos plena liberdade para escolher o bem por conta própria. Nossa inclinação natural é para o pecado, e somente a ação regeneradora de Deus pode nos libertar. 

Portanto, a teologia bíblica não sustenta a ideia de um livre-arbítrio absoluto, mas sim a soberania de Deus sobre todas as coisas, incluindo a salvação e os destinos humanos

Criação 

A doutrina da criação trata do modo como Deus trouxe à existência todas as coisas a partir do nada (ex nihilo), conforme a Sua vontade e para a Sua glória. 

“No princípio criou Deus os céus e a terra.” (Gênesis 1 verso 1) 

A criação é um ato soberano de Deus, que reflete Seu poder, sabedoria e propósito. 

Deus como Criador do Universo 

A Bíblia ensina claramente que Deus é o Criador de tudo

“Pois nele foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.” (Colossenses 1 verso 16) 

Isso significa que: 

  1. Nada existia antes de Deus criar todas as coisas. 
  1. Toda a criação depende dEle para continuar existindo. (Hebreus 1 verso 3) 
  1. A criação tem um propósito estabelecido por Deus. 

A Criação Ex Nihilo (Do Nada) 

A criação foi feita a partir do nada, sem o uso de matéria pré-existente. 

“Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles.” (Salmo 33 verso 6) 

Isso mostra que: 

  • Deus não precisou de matéria preexistente (Hebreus 11 verso 3). 
  • Somente Deus pode criar do nada – diferentemente do homem, que apenas transforma o que já existe. 

Essa verdade refuta visões erradas como: 

  • O panteísmo – que diz que tudo é Deus. 
  • O materialismo – que nega a existência de um Criador. 

O Propósito da Criação 

A criação não foi um acidente, mas parte do plano eterno de Deus

“A tudo quanto quis, o Senhor o fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos.” (Salmo 135 verso 6) 

Deus criou para Sua própria glória 

“Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos.” (Salmo 19 verso 1) 

“Trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra, a todos os que são chamados pelo meu nome e que criei para minha glória.” (Isaías 43 versos 6 e 7) 

Deus criou para expressar Seu amor e bondade 

“Porque nele vivemos, nos movemos e existimos.” (Atos 17 verso 28) 

Isso significa que a criação não existe para o prazer do homem, mas para o louvor de Deus

A Relação entre Deus e a Criação 

Embora Deus tenha criado o universo, Ele não é parte da criação (teísmo), nem está distante dela (deísmo). A Bíblia ensina que Deus: 

  1. Sustenta todas as coisas (Colossenses 1 verso 17). 
  1. Revela-se através da criação (Romanos 1 verso 20). 
  1. Continua ativo na história humana (Hebreus 1 verso 3). 

Isso significa que o universo não existe por acaso, mas está sob o controle soberano de Deus. 

“Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente.” (Romanos 11 verso 36) 

A doutrina da criação nos ensina que: 

  1. Deus criou tudo do nada, segundo Sua vontade soberana. 
  1. A criação tem um propósito: glorificar a Deus. 
  1. Deus continua sustentando e governando todas as coisas. 

Diante disso, devemos: 

  • Reconhecer a soberania de Deus sobre a criação. 
  • Adorar a Deus por Sua grandeza e sabedoria. 
  • Viver de acordo com o propósito para o qual fomos criados. 

“Digno és, Senhor, de receber glória, honra e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas.” (Apocalipse 4 verso 11) 

A Providência de Deus 

A doutrina da providência ensina que Deus governa, sustenta e dirige todas as coisas para cumprir o Seu propósito eterno. Nada acontece por acaso ou fora do controle divino

“Livro dos Salmos capítulo 103 verso 19” – “Nos céus estabeleceu o Senhor o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo.” 

Deus não apenas criou o mundo, mas continua ativamente governando todas as coisas

O Significado da Providência de Deus 

A providência de Deus refere-se à Sua ação contínua de sustentar, governar e dirigir todas as coisas conforme Seu propósito eterno. Diferente da criação, que foi um ato passado, a providência é a ação constante de Deus no universo

“Livro de Atos dos Apóstolos capítulo 17 verso 28” – “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos.” 

Isso significa que: 

  • Deus sustenta a criação continuamente (Carta aos Colossenses capítulo 1 verso 17). 
  • Nada acontece sem Seu controle (Livro de Provérbios capítulo 16 verso 33). 
  • Todas as coisas servem a um propósito determinado por Ele (Carta aos Efésios capítulo 1 verso 11). 

Portanto, a providência de Deus garante que nenhum evento acontece sem que Deus permita ou ordene

O Governo de Deus sobre a Criação 

A providência divina se manifesta no governo soberano de Deus sobre tudo o que acontece. 

“Livro de Daniel capítulo 4 verso 35” – “Todos os moradores da terra são reputados em nada; segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa deter a sua mão, nem lhe dizer: Que fazes?” 

Isso significa que: 

  1. Deus controla todas as coisas, desde os grandes eventos históricos até os mínimos detalhes da vida (Livro de Provérbios capítulo 16 verso 33). 
  1. Nada acontece sem a permissão de Deus (Livro de Mateus capítulo 10 verso 29). 
  1. Deus faz tudo conforme Seu plano eterno (Carta aos Efésios capítulo 1 verso 11). 

A Providência Geral e a Providência Especial 

A providência divina se divide em dois aspectos principais: 

Providência Geral 

É o governo de Deus sobre toda a criação, incluindo as leis da natureza e os eventos do mundo. 

“Livro de Hebreus capítulo 1 verso 3” – “Sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder.” 

Deus: 

  • Sustenta o universo para que ele continue existindo. 
  • Controla os eventos naturais (Livro dos Salmos capítulo 135 verso 7). 
  • Determina o destino das nações (Livro de Atos dos Apóstolos capítulo 17 verso 26). 

Providência Especial 

É a ação específica de Deus na vida das pessoas, especialmente na vida dos crentes. 

“Carta aos Romanos capítulo 8 verso 28” – “Todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” 

Isso significa que Deus: 

  • Protege e sustenta Seu povo (Livro dos Salmos capítulo 121 verso 7). 
  • Ouve e responde as orações (Primeira carta de João capítulo 5 verso 14). 
  • Dirige os passos dos justos (Livro dos Salmos capítulo 37 verso 23). 

O Problema do Mal e do Sofrimento à Luz da Providência Divina 

Se Deus governa tudo, por que existe o mal e o sofrimento? Essa é uma das questões mais difíceis sobre a providência de Deus. 

A Bíblia ensina que: 

1. Deus permite o mal, mas tem um propósito soberano 

O mal não acontece fora do controle de Deus. 

“Livro de Isaías capítulo 45 verso 7” – “Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas.” 

Deus não é o autor do pecado, mas permite que ele ocorra dentro de Seu plano soberano para revelar Sua glória e justiça. Além disso, Deus pode usar o mal para cumprir Seus propósitos, como nos seguintes exemplos: 

  • A venda de José pelos irmãos resultou em salvação (Livro de Gênesis capítulo 50 verso 20). 
  • A crucificação de Cristo trouxe redenção para a humanidade (Atos dos Apóstolos capítulo 2 verso 23). 

2. O sofrimento é parte do plano de Deus para a santificação do Seu povo 

O sofrimento não é sem propósito. Deus usa as provações para moldar Seu povo e fortalecer sua fé. 

“Primeira carta de Pedro capítulo 1 versos 6 e 7” – “Nisso exultais, embora agora, por um pouco de tempo, sendo necessário, estejais contristados por várias provações; para que a prova da vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo, redunde para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.” 

Isso significa que: 

  • Nada acontece por acaso
  • Deus está no controle de tudo
  • Mesmo o mal e o sofrimento fazem parte do plano de Deus

Essa verdade deve nos levar a confiar plenamente em Deus, sabendo que Ele tem um propósito maior em todas as circunstâncias. 

“Livro de Jó capítulo 42 verso 2” – “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.” 

Governo – Deus controla os eventos do mundo 

Deus não apenas sustenta o universo, mas também governa todos os acontecimentos da história. 

“Livro de Provérbios capítulo 16 verso 9” – “O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.” 

Isso significa que: 

  • Ele estabelece reis e governos (Livro de Daniel capítulo 2 verso 21). 
  • Ele dirige os caminhos dos indivíduos (Livro dos Salmos capítulo 37 verso 23). 
  • Ele faz todas as coisas cooperarem para cumprir Seu propósito (Carta aos Efésios capítulo 1 verso 11). 

Condução – Deus guia Seu povo para cumprir Sua vontade 

A providência divina é especialmente visível na vida dos crentes. Deus conduz Seu povo: 

  • Protegendo-o do mal (Livro dos Salmos capítulo 91 verso 11). 
  • Dando sabedoria para decisões (Carta de Tiago capítulo 1 verso 5). 
  • Garantindo que Seu plano será cumprido (Carta aos Romanos capítulo 8 verso 28). 

Isso significa que não há coincidências na vida cristã. Cada situação, boa ou ruim, tem um propósito na providência divina. 

Apologética e a Teontologia 

A apologética é a defesa racional da fé cristã. A Teontologia, que trata do estudo de Deus, é fundamental para a defesa da existência, atributos e soberania de Deus diante de ideologias seculares, religiões falsas e objeções filosóficas

“Primeira carta de Pedro capítulo 3 verso 15” – “Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” 

Defesa da Doutrina de Deus Contra Visões Alternativas 

Ateísmo – A negação da existência de Deus 

A Bíblia afirma que Deus é real e plenamente revelado na criação. 

“Carta aos Romanos capítulo 1 verso 20” – “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis.” 

Argumentação apologética: 

  • O universo teve um começo (Livro de Gênesis capítulo 1 verso 1). 
  • A complexidade do cosmos e da vida apontam para um Criador
  • A existência da moralidade objetiva indica um Legislador absoluto

Panteísmo – Deus é tudo e tudo é Deus 

O panteísmo afirma que Deus não é pessoal, mas a Bíblia revela que Ele é um Ser pessoal e distinto da criação

“Livro de Isaías capítulo 46 verso 9” – “Eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim.” 

Argumentação apologética: 

  • Deus criou o mundo e não é parte dele (Livro dos Salmos capítulo 33 verso 6). 
  • Deus pensa, ama e julga, o que mostra que Ele é pessoal

Deísmo – Deus criou o mundo, mas não interage com ele 

Os deístas acreditam que Deus criou o universo, mas não age nele. No entanto, a Bíblia ensina que Deus não apenas criou, mas também governa e sustenta todas as coisas

“Livro de Colossenses capítulo 1 verso 17” – “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” 

Argumentação apologética: 

  • Milagres provam a intervenção de Deus na história (Livro de Êxodo capítulo 14 verso 21). 
  • A ressurreição de Cristo é a maior evidência de que Deus age no mundo (Primeira carta aos Coríntios capítulo 15 verso 4). 

Relativismo – Todas as religiões levam a Deus 

O relativismo afirma que não há verdade absoluta, mas a Bíblia ensina que Deus é o único Deus verdadeiro

“Evangelho de João capítulo 14 verso 6” – “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” 

Argumentação apologética: 

  • A verdade é absoluta, pois Deus é verdade (Evangelho de João capítulo 17 verso 17). 
  • Cristo afirmou ser o único caminho para Deus

A Importância da Teontologia na Evangelização e no Discipulado 

A defesa da fé não é apenas intelectual, mas também prática. O conhecimento de Deus deve ser compartilhado na evangelização e no discipulado. 

“Carta aos Romanos capítulo 10 verso 14” – “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram?” 

Evangelização: 

  • Precisamos apresentar a Deus como Ele realmente é
  • Devemos mostrar que a salvação vem exclusivamente por Cristo

Discipulado: 

  • O crescimento espiritual depende do conhecimento de Deus
  • Uma fé fortalecida evita heresias e desvios doutrinários

“Carta aos Colossenses capítulo 2 verso 8” – “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua por meio de filosofias e vãs sutilezas.” 

Conclusão Geral do Estudo 

A Teontologia é essencial para: 

  1. Conhecermos Deus corretamente e adorá-Lo em verdade. 
  1. Vivermos de acordo com Seus atributos e caráter. 
  1. Defendermos a fé cristã contra falsas doutrinas. 
  1. Evangelizarmos e discipularmos com uma base sólida. 

“Livro de Jeremias capítulo 9 versos 23 e 24” – “Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.” 

Esse estudo nos leva a temer e amar mais a Deus, reconhecendo Sua soberania e grandeza. Nossa resposta deve ser: 

  • Uma vida de adoração sincera. 
  • Obediência à Sua Palavra. 
  • Compartilhar Seu conhecimento com outros. 

Que possamos sempre crescer no conhecimento e na graça de Deus

“Segunda carta de Pedro capítulo 3 verso 18” – “Antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.” 

Perguntas Comuns 

1. Como os atributos incomunicáveis de Deus afetam nossa compreensão dele? 

2. De que maneira a doutrina da Trindade é essencial na Teontologia? 

3. Qual é o papel da providência divina para a Teontologia? 

4. Como a Teontologia aborda o problema do mal? 

5. De que forma a Teontologia influencia a vida prática do crente? 

Pontos Relevantes 

1. A centralidade dos atributos de Deus na Teontologia. 

2. A importância da doutrina da Trindade. 

3. A relação entre a soberania de Deus e o livre arbítrio humano. 

4. O impacto da Teontologia na ética e na vida diária. 

5. Os desafios contemporâneos enfrentados pela Teontologia. 

Bibliografia 

BÍBLIA SAGRADA. Almeida, João Ferreira de. Bíblia Sagrada – Almeida Revista e Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil, 1995. 

GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. São Paulo: Edições Vida Nova, 1999. 

REYMOND, Robert L.. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 2012. 

OS CÂNONES DE DORT. Apostila sobre os Cânones de Dort. Publicação das Igrejas Reformadas do Brasil. 

Termo de Permissão para Uso de Conteúdo 

Este artigo é propriedade intelectual do site Viver é Cristo ( www.viverecristo.com.br). É concedida a permissão para compartilhar, reproduzir ou distribuir este conteúdo em outras plataformas ou formatos, sob as seguintes condições: 

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Atenciosamente

Márcio M Santos [Redator] 

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    • Olá Sueli, que bom que gostou!
      Este é um projeto pessoal, estou criando este site para, de alguma forma ajudar àqueles que buscam informações e não precisem fazer grandes investimentos. Estou buscando atualizar, ainda está meio tímida esta atualização por alguns fatores pessoais, mas este ano iremos dar um UP nele. A principio o objetivo inicial do site é entregar um conteúdo simplificado, mas de forma clara e direta para que todos possam entender sem complicações.
      Espero que goste do nosso site e nos ajude a divulgar, estamos em constante crescimento, porque “Viver é Cristo!

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